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Transtorno sensorial, o que é e como tratá-lo:

As alterações das informações sensoriais em pessoas com atrasos ou transtornos de desenvolvimento são fatores comuns que afetam diretamente o dia a dia desses indivíduos. Comer, dormir, tomar banho e escovar os dentes são algumas atividades citadas por POSAR e VISCONTI (2017) que são diretamente afetadas pela disfunção sensorial. Além disso, chama-se atenção para atividades sociais, como viagens e eventos comunitários, que também são dificultados por esse motivo (POSAR, VISCONTI; 2017). 

Ao longo do dia nós processamos diversas informações sensoriais do nosso corpo e do mundo à nossa volta. As informações do nosso corpo se manifestam através dos órgãos internos, dos músculos, articulações, da orelha interna e da pele. Cada uma dessas informações nos ajuda a lidar com sensações como a fome e a sede, a movimentação do corpo e o que entra em contato com ele.

Todas as informações juntas nos permitem dar sentido ao mundo à nossa volta. Elas suportam nossa habilidade de nos engajar e interagir com objetos, pessoas e ambientes. As sensações nutrem o cérebro com todas as informações necessárias para sustentar nossas habilidades. Ao nascimento o bebê apenas é capaz de integrar alguns estímulos básicos de tato, de movimento e de sensação corporal. Conforme a criança se desenvolve ela experimenta novas sensações, obtém aprendizados através delas e aprende como funcionar no mundo.

Ser capaz de interpretar o mundo é fundamental para estabelecer relações. Quando temos dificuldade de processar informações, em qualquer nível, poderemos ter dificuldade de lidar com nossas motricidades, com o equilíbrio, com os objetos que pegamos ou quando algo nos toca, em compreender figuras e sons e até mesmo em nos alimentar. Pessoas com transtornos sensoriais comumente terão dificuldades de organizar, compreender e interpretar as informações e a quantidade de estímulos encontrados nos ambientes.

O sistema nervoso central recebe e processa as informações sensoriais de três maneiras. A primeira é o modo como os estímulos são registrados pelo cérebro, a segunda é como os estímulos são modulados, e a terceira é a forma como todas as informações sensoriais são integradas e sustentam as habilidades.

A partir dessa integração no DSM-5, estudos que envolvem terapias sensoriais começaram a ser melhores trabalhadas, ganhando relevância no tratamento de indivíduos que apresentam estas dificuldades. Nessa relação conclui-se que a intervenção precoce é fundamental para minimizar não só seletividade alimentar e suas consequências como as diversas dificuldades de ordem sensorial. (GAMA; LOBO; SILVA; MONTENEGRO, 2020). 

Pensando nessa demanda, a Sala Multidisciplinar iUP 6D  conta com diversas possibilidades e ferramentas que auxiliam no tratamento das terapias de estimulação e integração das informações sensoriais. Todo o ambiente, os produtos e tecnologia da sala multidisciplinar foram desenvolvidas para manejar as alterações sensoriais adequadamente, objetivando a melhor funcionalidade do indivíduo, levando-se em consideração as “hiper” ou “hipo” sensibilidades de cada paciente.

Não só na intervenção precoce, bem como nas intervenções para adolescentes e adultos deve oferecer resultados a curto prazo na vida diária e a longo prazo na qualidade de vida, para entender melhor

Para atingir tais objetivos é importante:

  1. Identificar os interesses e motivações do indivíduo com alterações sensoriais e incorporar tais interesses nas atividades que serão desenvolvidas;
  1. Para desenvolver estratégias que acessam as áreas com dificuldades devemos considerar os sistemas sensoriais que são os pontos fortes;
  1. Construir sistemas de suporte que forneçam segurança, confiabilidade, previsibilidade e compreensão, sendo este o sistema que possibilitará ao indivíduo, inclusive a identificar e enfrentar os desafios nos demais sistemas.

Além do painel sensorial que é muito utilizado nas atividades de rotina diária, de coordenação motora fina, táteis, e de habilidades cognitivas, a sala contém uma rede integrada de estímulos e acionamentos em tempo real como: jogos de luzes, estímulos táteis, auditivos, aromáticos e gustativos que auxiliam no treino e desenvolvimento positivo das interpretações e respostas sensoriais, possibilitando desta forma o melhor desenvolvimento das terapias.

A proposta é que os estímulos estejam integrados e o paciente possa associar as sensações de acordo com suas necessidades. Um exemplo é a piscina de bolinhas transparentes que possibilita que as luzes da piscina apareçam e o estímulo tátil das bolinhas possa ser integrado com o as luzes e outras sensações que o ambiente oferece. 

Para a seletividade alimentar, ou “hiper” sensibilidade ao toque o “Piano Humano” com frutas e legumes, quando combinado com aromas e sons é um recurso muito satisfatório que vem mostrando resultados incríveis, uma vez que permite que ao tocar no alimento, a criança receba estímulos e desta forma, poderá associar novas padrões utilizando luzes, sons e qualquer outra informação que lhe agrade, fazendo com que a experiência com aquele alimento seja reprogramada para algo mais positivo, ou seja, uma sensação sensorial que antes era invasiva e dolorosa passa a ser aceita e interpretada de maneira positiva pelo sistema nervoso.

Para mais informações sobre nossos produtos, serviços e tecnologias entre em contato direto conosco: www.neurobrinq.com; contato@neurobrinq.com; 5511 97513-4393.

 

Referências:

Associação Americana de Psiquiatria (1994). Diagnóstico e Estatístico manual de Transtornos Mentais (4 ª ed . )

Posar, A., Visconti, P. Sensory abnormalities in children with autism spectrum disorder. Jornal de Pediatria (Versão em Português), Volume 94, Issue 4, July–August 2018, Pages 342-350

Schoen, S.A., Lane, S.J., Mailloux, Z., MayBenson, T., Parham, L.D., Smith Roley, S. and Schaaf, R.C. (2019), A systematic review of ayres sensory integration intervention for children with autism. Autism Research, 12: 6-19.

GAMA, Bruna Tayná Brito; LOBO, Hélyda Hyglá Monteiro; SILVA, Andreza Kelly Trindade da; MONTENEGRO, Karina Saunders. SELETIVIDADE ALIMENTAR EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): uma revisão narrativa da literatura. Revista Artigos.Com, , Belém, v. 7, p. 1-11, 2020.

Zachor and Bem-Itzchak 2014 e Robertson and Simmons 2013.

Schaaf, Toth-Cohen, Johnson, Outten and Benevides 2011.

Ashburner, Ziviani, & Rodger, 2008; Baker, Lane, Angley, & Toung, 2008; hilton, Graver, & La

Vesser, 2007; Hilton et al., 2010; Hochhauser & Engel-Yeger, 2010; Lane, 2011.

 

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